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Os dias são difíceis...a situação está se mostrando mascarada....não podemos prever resultados, não podemos nos alegrar em debates, conversas, não sabemos o que está por vir. Mas de uma coisa podemos estar conscientes, pelo menos os que esperamos na misericórdia divina: Deus sabe o que permite, o que aprova, o que nos cabe receber, e só Ele pode olhar para nós e decidir nos livrar de qualquer mal. Só Ele tem o Universo em suas mãos soberanas e nada foge à sua soberana determinação.
O que fazer?
Por várias vezes me vi fazendo, a mim mesma, essa pergunta. Creio que a resposta é somente uma: olhar para Aquele que rege nossas vidas e, em humildade, suplicar sua ação de misericórdia para conosco. Não é hora de ansiedade, de desânimo, de se deixar levar por dúvidas mil, ainda que elas venham à mente. Nosso Mestre e Senhor nos deixou clara a instrução: "Não andeis, pois, a indagar o que haveis de comer ou beber e não vos entregueis a inquietações. Porque os gentios de todo o mundo é que procuram estas coisas; mas vosso Pai sabe que necessitais delas. Buscai, antes de tudo, o seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas."
Há algo que precisa ser entendido: o Pai sabe e cuida dos seus. As coisas necessárias serão acrescentadas, sim. É promessa para os que O buscam. Mas quando olhamos à nossa volta percebemos que parece que o Pai não tem sido procurado pelos filhos como o Pai querido que merece carinho, afeto, dedicação, adoração sincera. Estranho dizer carinho? Mas se é Pai merece sim, nos debruçarmos em gratidão, afeto, submissão, contemplação singela do vislumbre de sua glória e Majestade, dedicando-lhe palavras que expressem muito amor. Palavras que brotem do profundo de um coração que reconhece sua insignificância mas sabe que, ainda assim, é amado pelo Pai Eterno, Senhor, Criador nosso e nosso Salvador.
Mas o Rei de toda a terra, o Rei dos reis e seu Reino estão sendo esquecidos...as prioridades nossas estão equivocadas, nossa vontade , nossas necessidades estão tomando o primeiro lugar em nossas vidas. E não estamos percebendo. Ganhamos um Reino e, no entanto, estamos correndo atrás de coisas passageiras que não pertencem a ele, de resultados que nos beneficiem individualmente em detrimento das prioridades do Rei. Trabalhamos, trabalhamos, até mesmo sem pararmos para um período de descanso, para que mais dinheiro seja adquirido. Dinheiro, status, poder sobre o outro. Ignoramos necessidades alheias para não nos vermos incomodados e tendo que agir em favor delas. Estabelecemos critérios de julgamento sem que a realidade do perdão seja o fator de maior peso para a escolha de cada um, e os aplicamos facilmente ao próximo. O utilitarismo comanda relacionamentos; o descartar se tornou comum e se pretende normal - descarte de tudo o que não traz lucro, proveito material, emocional, e/ou facilite o inflar de egos. E a ansiedade se instala, o desequilíbrio emocional prevalece, as emoções negativas se estabelecem comandando vidas. Inquietações mil!
Esquecemos as ordens do Mestre que continuam claras e válidas: não vos entregueis a inquietações. E esquecemos o mandamento de não colocar qualquer coisa ou pessoa comandando nossas vontades, nosso coração, no lugar que só pertence a Deus. Tornamo-nos idólatras - e, a maioria de nós, idolatrando a nós mesmos. Soberba no lugar de humildade. Sem analisar conscientemente os passos, as decisões, as prioridades, vamos nos afastando uns dos outros cada vez mais; vamos nos tornando impossíveis de convivência ao invés de pontes de afeto, de faróis iluminando caminhos dos que, ainda que perto de nós, se veem sem coragem de aproximação e se colocam nas sombras para não nos incomodarem. Idolatramos o ritual religioso e o usamos como anestesia para nossas mentes. Ai de nós! Ricos de enganos, soberba, mascarados de filhos do reino! Ai de nós! O juízo de Deus se aproxima.
Enquanto não vem, há só uma saída para o coração aflito, desesperado, naufragando em inquietações e erros mil: Arrependimento! Humilhar-se diante do Pai Celeste, prostrar-se em arrependimento e fé, e suplicar por misericórdia e transformação de vida. Só nele, e somente se Ele se dispuser a inclinar-se a nosso favor, poderemos encontrar a resposta para nossas inquietações, encontrar o refúgio de que tanto necessitamos, recebermos a Sua ação misericordiosa que nos livrará do mal.
Enquanto há tempo, busquemos fielmente ao Senhor. Adoremos a Deus em espírito e em verdade. Quem sabe ele se voltará para nós e nos perdoará e nos dará livramento?
Cineide M Coelho.